sexta-feira, 26 de agosto de 2016

"(...) mas hoje não é o dia. "

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Papel e caneta. Foi tudo o que precisei. É tudo o que preciso agora. Vou pela estrada fora, meia aluada e a tua imagem insiste em permanecer na minha mente. Queria conseguir dizer-te tudo o que sinto e no final esquecer-te de vez mas não é assim tão simples.  Por ti tudo, sem ti nada, é o que sinto. Chama-me cega e eu direi que foste a coisa mais bonita que vi na minha vida.
  Se u
m dia conseguisse expressar o que sinto ? Provavelmente diria que gosto de ti, tanto e gostava que um dia alguém tivesse o poder de gostar de mim como eu gosto de ti. Diria que mexes comigo de uma maneira inexplicável e que só eu sei como o meu corpo reage quando te avisto. Diria que é bom gostar assim de alguém mas também te diria que só é bom se for correspondido porque de outra maneira dói e sentes-te sufocada porque tudo o que queres é que dê certo e tu pedes todos os dias para que resulte, para que tenhas uma oportunidade porque tens consciência que podes ser e fazer feliz. Pedes com muita força para que não seja mais um desgosto e que no meio de tudo, tenhas a sorte de seres amada pela pessoa por quem estás perdidamente apaixonada. Diria também para nunca parares de te mimar e acima de tudo para te amares, para te amares muito e nunca tenhas medo de mostrares o que vales, acredita em ti como eu acredito. Quero muito que sejas feliz e se não for comigo, que seja com alguém que te mereça e saiba cuidar de ti como ninguém, que tenha noção que como tu não há e que pelo menos tente amar-te tanto como eu te amo, se for possível.
  Queria dizer-te tudo isto e no final esquecer-te de vez mas hoje não é o dia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Memórias

O tempo atenuou as feridas do impacto da tua morte. Gostava eu de ter amnésia para esquecer o que não quero lembrar. Memórias só quero ter tuas, dos nossos momentos, da tua alegria. Não da tua morte. Mas por algum tempo era apenas o que me conseguia lembrar, uma e outra vez mais, como tortura. Sempre que pensava em ti era isso que me lembrava.
No silêncio imaginava-te aqui outra vez, animado como sempre eras, com essa alegria contagiante. Por momentos apaziguava o coração, acalmava a mente. Mas depois voltavam os longos suspiros, silenciosas lágrimas, procurando algum alento nas memórias dos sorrisos, do riso, dos bons momentos contigo.
Estive no fundo, bem lá no fundo. Pensei que não conseguisse voltar à minha vida normal, que não conseguisse parar de me lembrar da tua ausência e que isso fosse mais forte de tudo na minha vida.
Depois fui recuperando, passei a habituar-me a não estares aqui. Parecia que estavas numa longa viagem à volta do mundo. Ah… como gostavas de viajar, de conhecer novos lugares… planeávamos as nossas futuras viagens, quando fosse mais velha. Fazias-me imaginar, soltar a minha criatividade, ter ideia que podemos ir para todo o lado se existir mesmo intenção de o fazer, porque mesmo que haja algum obstáculo, encontra-se uma solução. Improvisa-se. Vive-se.
Foste uma inspiração para mim, um exemplo de como poderia viver no futuro, as mil e uma coisas que poderia fazer, o quanto me podia divertir, desafiando-me a mim própria.
Sozinha chorei, recordei, refleti. Chorei outra vez e uma vez mais. Desacreditei que poderia esquecer o que aconteceu, não sabia como reagir, o que dizer nem o que fazer. Algumas vezes, pus um sorriso na cara. Era falso, uma máscara para não explicar o que sentia. Eu própria não sabia bem, aliás evitar falar desse assunto era o melhor. Não falar para tentar esquecer por algum tempo, para não encarar a realidade e desabar em frente às pessoas. Sempre preferi resguardar-me, evitar choros e lamechices em público. Pensava que ao ser emocional, mostrava o meu lado mais frágil e ficava mais suscetível a que me magoassem.
Depois de tudo o que aconteceu, aprendi, cresci, passei a dar importância a coisas que nunca tinha dado, a mostrar mais os meus sentimentos.
Onde quer que estejas, gostava que me visses e tivesses orgulho em mim. Gostava de o ouvir, mas já que não é possível, prefiro acreditar que continuas por aí, que não me deixaste, que mesmo longe e sem contacto contigo, posso agarrar-me à ideia que não estando presente fisicamente, continuas presente na minha vida.
Assim, posso seguir o meu caminho, mas sei que para onde quer que vá, tu em silêncio vais lá estar.

sotick:
“ You were hiding in me.
”


Inconsolável. Talvez seja esse o termo. Desiludida, angustiada, até mesmo perdida. Sei que bati no fundo e não vejo saída. Dói, dói tanto e é precisamente nestas situações que metes em causa tanta coisa mas principalmente perguntaste a ti mesma se vale a pena, valerá? Bater no fundo por alguém, valerá a pena? Talvez não, mas em grande parte dos casos é tão involuntário e contraditório. Não te ter é não me ter e acho que é por isso que magoa tanto.
    "A vida segue em frente" ou " Dá tempo ao tempo" são as expressões que mais ouves e dito assim parece fácil, aliás, fácil demais mas não é e cada dia que passa o vazio que sentes aumenta e tu não sabes explicar porquê, falta-te as palavras e a tua mente? Bem , a toda a hora sentes um martelar, que incomoda e que é cada vez mais forte e aquela pessoa é a tua única direção e por mais que peças para parar de doer, quando o que mais pedes é para esqueceres e seres feliz , mais dói e aqueles pensamentos insistem em não ir embora , permanecem sempre para te lembrar o quanto é fácil saíres magoada e do quanto sofremos por amor, por alguém, pela pessoa que julgamos ser o amor da nossa vida e que sabes que igual não há porque existe química, há choque, atração mas isso não chega, não é suficiente e não é por falta de amor que não dá certo, às vezes até é por excesso dele.
   Os dias passam e tudo o que queres é que passem rápido , que vão passando e com o tempo aprendes a sobreviver e vais ter muitos dias duros e de luta constante contigo própria. Valerá a pena?
  Começas a aperceber-te que as culpas que antes te atribuíste pelo fracasso, pelo insucesso deste amor não tenham sido inteiramente tuas, que aliás, tantas vezes tentaste remar contra a maré sozinha. Dói, continua a doer, vai atenuando mas quase não reparas porque a presença daquela pessoa vai sempre relembrar-te a dor que te causou e continua a causar e tu simplesmente voltas a bater no fundo.
  Acaba por chegar o momento, o momento em que dizes BASTA e que tentas refazer a tua vida, que tentas aproveitar o que a vida tem de melhor para dar , finalmente cais em ti e percebes perdeste demasiado tempo com alguém que não teve o poder de te amar, de te valorizar como merecias, alguém que deu faísca mas tu é que saíste queimada e aí aprendes a cair e logo de seguida a recompores-te, sorris para o mundo mesmo que a vontade seja nula mas sabes que é nesse momento que começas a fortalecer-te. É um processo que demora, reconstruires-te e deixares todos os pensamentos para trás demora, mas é recompensador no final porque se a dor que um dia sentiste te tornava vulnerável, hoje só te ajuda a ficares mais forte e tu sentes que tens a oportunidade de poderes voltar a tentar ser feliz.
  Um conselho ? Não sejas feliz em função dos outros ou de alguém, primeiramente sê feliz em função de ti mesma e vive a vida, mas VIVE mesmo e lembra-te, não foste tu que perdeste alguém, esse alguém é que te perdeu.

sábado, 13 de agosto de 2016

Dicotomia amar vs não ser correspondido

  Quantas vezes gostaríamos de ouvir a palavra “amo-te” ou simplesmente “fica, quero-te perto de mim”? Isso, por vezes, seria a única coisa que precisaríamos de ouvir num momento de felicidade ou principalmente quando estamos no fundo do poço. Poço esse que contém mágoas, que vêm a superfície irromper com a harmonia presente na nossa vida, destruindo-a em mil pedaços que outrora constituíam o nosso ser.
   Eu, mestre da loucura, busco incessantemente alguém que me ame, me compreenda, cuide de mim como se a sua vida dependesse disso… perdesse o sentido se eu não estivesse por perto.
  Chego à conclusão que não sei se é melhor amar ou deambular por um caminho desconhecido, à procura de um rumo para findar o sofrimento que marca os meus dias, infinitos e assombrosos pois não sou amado.
   Deixei de amar a vida, mas não deixei de te amar… não deixei de pensar em ti, não deixei de achar que poderias ser a solução para o estado de inércia que me carateriza. Mas tu nem sequer reparas no amor que sinto por ti, pois não? Será que sentes algo mais por mim?

   Procuro respostas… não as encontro… quero-te dizer o que sinto, mas e se a minha dor aumentar ainda mais, depois de perceber que navegava num barco sem rumo, que não me levava a um lugar seguro? Pois, o meu problema foi e continua a ser esse: percorrer um mar de ilusões e melancolia.
   No entanto, sem te dizer o que sinto, a incerteza permanece forte como nunca, porque não sei o que pensar, sentir ou fazer… libertem-me deste sufoco que me impede de ser feliz!
  Amar ou não amar? Digo que te amo ou não digo? Isto nem deviam ser perguntas plausíveis … quem não quer amar as pessoas por quem sente admiração e, ao mesmo tempo, dizer-lhes que são importantes para nós? Mas se é para viver assim, sempre com esta dor que nunca mais cessa, é preferível desistir de amar e deixar de demonstrar esse sentimento. Para quê amar e não ser correspondido?
   Amar pelos vistos não combina com o meu estado de espirito, com a minha vida.
  Vai, desaparece, não voltes… faz com que isto que eu sinto, que é algo indecifrável desvaneça, se torne indolor, como se nada tivesse acontecido.
   A dúvida permanece sempre, nada está concertado, no desconcerto que é o meu mundo…


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A Alquimia do Amor de Nicholas Sparks

   Esta é mais uma obra de Nicholas Sparks, um autor que ganhou um lugar cativo nos corações das pessoas que se deliciam com uma história de amor. Românticos incuráveis.
   Este livro não foge a esse tipo de romance. Apesar de não ser aquele género de livros que nos faz refletir profundamente sobre um certo tema, este tem algumas ideias que se deve prestar atenção.
   A reflexão começa exatamente ao ler o subtítulo “o que somos, afinal, sem as nossas recordações, sem os nossos sonhos?”. Este é o ponto de partida para o desenvolvimento da trama. Como é que conseguimos viver sem memórias, sejam elas boas ou más e sem objetivos? A vida não significaria muito se não quiséssemos alcançar mais do que temos, se não quiséssemos mudar o que quer que fosse para conquistar algo.

  É exatamente isso que o personagem principal, Wilson, quer para si, tem um novo objetivo: recuperar o seu casamento.
   No prólogo, damos conta que este é uma pessoa pouco sentimental, dominado maioritariamente pela razão, pela responsabilidade de sustento da sua família. Profissional e dedicado ao seu emprego. No entanto, para ser um bom advogado acabou por deixar a família para segundo plano, refletindo-se não só no seu relacionamento, como também na relação com os filhos. Constata-se que a personagem se apercebe disso quando se esquece do aniversário de casamento.
   Ao longo dos capítulos, além de ser contado aquilo que está a acontecer no presente, o narrador, Wilson, recorda alguns momentos da sua vida, passada com Jane, a sua esposa, ou com os filhos e o seu sogro, Noah.
  Assim, o leitor vai tendo noção da evolução das personagens devido às circunstancias da vida, principalmente a de Wilson, que vai mostrando que quer cada vez mais estar feliz com Jane como era no início da sua relação.
   Para isso, ele vai tentar aos poucos ter vários gestos gentis para com a sua esposa, para esta se sentir mimada e acarinhada. Estes gestos não são rapidamente compreendidos devido ao afastamento que Wilson foi demonstrando ao longo dos anos.
   Entretanto, um acontecimento contribui para o objetivo de Wilson: o casamento da sua filha Anna. Este vai ajudar arduamente nos preparativos para mostrar que agora está a 100% envolvido na vida dos filhos e de Jane e vai surpreender todos com a sua mudança, conseguindo fazer com que a sua amada volte a acreditar que ele realmente a ama.
   Em suma, este livro faz-nos acreditar que uma grande mudança é possível. Além disso, evidencia que é fácil magoar os que amamos, mas é mais difícil sarar as feridas que lhes causamos. Duas pessoas podem voltar a apaixonar-se mesmo depois de vários erros, se existir esforço de ambas as partes.
     Termino com a ideia de que às vezes não é preciso ser um verdadeiro romântico, o que interessa é não deixar de tentar, é reinventar-se todos os dias. Afinal o amor é uma luta diária!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Não entendo

És das pessoas mais importantes para mim. Ora porque te preocupas comigo, porque tens paciência para mim e para os meus mil e um problemas e devaneios, ora porque és incansável fazendo tudo para me ver feliz.
        Se me amas? Sim, sem dúvida. Se me queres? Claro que sim. Se terás paciência para me aguentar? Não sei, provavelmente não.
     Tenho medos, tenho receio de te perder. Não estou bem. Comigo e com o mundo em geral.
   Perdida, tenho dificuldade em controlar as emoções, em conseguir tranquilidade para enfrentar os constantes desafios. Necessidade de desabafo, de liberdade da alma e da mente.
      Passo por vários estados de espírito rapidamente. Por momentos estou animada e noutros bem… triste e frustrada.
     Frustrada por não conseguir realizar o que desejaria, frustrada porque penso que nada me corre bem, frustrada porque não me compreendo. Não entendo o que sinto.