Esta é mais uma obra de Nicholas Sparks, um autor que ganhou um lugar
cativo nos corações das pessoas que se deliciam com uma história de amor. Românticos
incuráveis.
Este livro não
foge a esse tipo de romance. Apesar de não ser aquele género de livros que nos
faz refletir profundamente sobre um certo tema, este tem algumas ideias que se
deve prestar atenção.
A reflexão começa
exatamente ao ler o subtítulo “o que somos, afinal, sem as nossas recordações,
sem os nossos sonhos?”. Este é o ponto de partida para o desenvolvimento da
trama. Como é que conseguimos viver sem memórias, sejam elas boas ou más e sem
objetivos? A vida não significaria muito se não quiséssemos alcançar mais do
que temos, se não quiséssemos mudar o que quer que fosse para conquistar algo.
É exatamente isso
que o personagem principal, Wilson, quer para si, tem um novo objetivo: recuperar
o seu casamento.
No prólogo, damos
conta que este é uma pessoa pouco sentimental, dominado maioritariamente pela
razão, pela responsabilidade de sustento da sua família. Profissional e
dedicado ao seu emprego. No entanto, para ser um bom advogado acabou por deixar
a família para segundo plano, refletindo-se não só no seu relacionamento, como
também na relação com os filhos. Constata-se que a personagem se apercebe disso
quando se esquece do aniversário de casamento.
Ao longo dos capítulos, além de ser contado
aquilo que está a acontecer no presente, o narrador, Wilson, recorda alguns
momentos da sua vida, passada com Jane, a sua esposa, ou com os filhos e o seu
sogro, Noah.
Assim, o leitor
vai tendo noção da evolução das personagens devido às circunstancias da vida,
principalmente a de Wilson, que vai mostrando que quer cada vez mais estar feliz
com Jane como era no início da sua relação.
Para isso, ele
vai tentar aos poucos ter vários gestos gentis para com a sua esposa, para esta
se sentir mimada e acarinhada. Estes gestos não são rapidamente compreendidos
devido ao afastamento que Wilson foi demonstrando ao longo dos anos.
Entretanto, um
acontecimento contribui para o objetivo de Wilson: o casamento da sua filha
Anna. Este vai ajudar arduamente nos preparativos para mostrar que agora está a
100% envolvido na vida dos filhos e de Jane e vai surpreender todos com a sua
mudança, conseguindo fazer com que a sua amada volte a acreditar que ele
realmente a ama.
Em suma, este
livro faz-nos acreditar que uma grande mudança é possível. Além disso,
evidencia que é fácil magoar os que amamos, mas é mais difícil sarar as feridas
que lhes causamos. Duas pessoas podem voltar a apaixonar-se mesmo depois de
vários erros, se existir esforço de ambas as partes.
Termino
com a ideia de que às vezes não é preciso ser um verdadeiro romântico, o que
interessa é não deixar de tentar, é reinventar-se todos os dias. Afinal o amor
é uma luta diária!
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